Instituto implantou serviço como “avanço tecnológico” para atendimento de servidores públicos, mas realidade é outra; pacientes e rede privada de saúde fazem coro contra o Estado.
uso da biometria pelo Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Pará (Iasep) foi implementado no segundo semestre de 2024 como “grande avanço tecnológico” nas consultas, mas acabou se transformando no principal entrave para o atendimento médico no Estado. As denúncias vêm da capital e do interior do Estado, como Santarém.
Denúncia feita à coluna na última sexta-feira, 29, aponta que um paciente que aguardava consulta e teve problemas por conta da biometria: “Estou na Beneficente Portuguesa para consulta marcada com um gastroenterologista, às 9 horas, mas a atendente do hospital precisa da autorização da consulta via sistema biométrico do Instituto, que está fora do ar há 50 minutos. Ou seja, toda a rede hospitalar de Belém travou hoje por falta de comunicação com o Instituto.
No final de abril do ano passado, depois de uma operação do Ministério Público do Pará, quando foi descoberto um esquema de desvio de verbas do Iasep, a presidente do órgão, Josynélia Raiol, determinou que a identificação dos usuários passasse a ser somente por meio de biometria.
O objetivo era encerrar o cadastramento no dia 31 de dezembro do ano passado para os usuários que residem em Belém, mas não foi o que aconteceu. Novas datas para cadastramento biométrico ocorreram em mutirões em janeiro e nos dias 15 e 22 de fevereiro deste ano. Hoje, os maiores problemas são a falta de profissionais para atendimento e a falta de comunicação entre clínicas e o Instituto.
O que os usuários do Iasep também reclamam muito é sobre a falta de médicos para atendimento. Um paciente comenta que entende que a relação de médico e paciente deve ser baseada em confiança, mas essa relação é impossível com o Iasep no meio.
“A situação no Instituto é de caos e não há como ter continuidade nos atendimentos. Já mudei de três urologistas e um gastroenterologista por terem rompido contrato com o órgão. Se eu busquei atendimento com cardiologista e pneumologista, tive que pagar por fora, pois deixaram de atender pelo Instituto por atraso de pagamento de até seis meses”, relata.
O que os usuários enfatizam sempre é que o Iasep é um plano de saúde no qual não existe inadimplência, uma vez que os descontos de contribuição são feitos diretamente nos contracheques dos servidores. Essa verba é repassada, religiosamente, às contas do governo do Pará. “Não há inadimplência por parte do servidor, pois o desconto é feito na folha de pagamento. E o desconto é certo, todo mês”, enfatiza um usuário.
Outro comenta que o Instituto merece um estudo investigativo. “É inadmissível não podermos contar com os serviços médicos por recusa dos prestadores alegando falta de pagamento pelo plano. O mais chocante é que a inadimplência dos contribuintes é zero”, enfatiza.
“O problema é que o valor descontado no contracheque deve ser utilizado para outras coisas, e não é repassado a clínicas e hospitais. Não tem como o Instituto dizer que não repassa os valores porque não há inadimplência dos segurados. Quando precisamos de atendimento, somos recusados, porque o Instituto não os paga e nós sofremos as consequências”.
Donos de hospitais e clínicas estão cada vez mais descrentes de que não haverá uma solução. Um deles denuncia que todos os fornecedores têm muitas dificuldades para conversar com a presidente do Instituto. “Ela entra na sede da instituição e não cumprimenta os funcionários, muito menos quem está por lá para tentar uma conversa e expor os problemas”, aponta.
Os prestadores, como os usuários, também reclamam do sistema biométrico. “O problema maior foi a instalação da biometria, que é bastante instável. E já recebemos o recado de que, se não fizermos os atendimentos usando a biometria, o Iasep não paga. Como o sistema é instável, mandamos o paciente ir embora, porque o aparelho da biometria não está funcionando, e perdemos o paciente”.
“O Iasep não pagou os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2022, e achamos que nunca serão pagos. Agora, neste segundo semestre, estão pagando para alguns o mês de fevereiro deste ano”, denuncia. “Eu recebi em 2022 o mês de novembro. Não recebi o de dezembro, mas tem clínicas que estão na mesma situação dos que não receberam em quatro meses de 2022.
•Não se sabe exatamente o que mais incomoda donos de hospitais e servidores públicos do Estado no caso do Iasep: a desarrumação do Instituto, que desagrada gregos e troianos, ou o aparente mau humor da presidente Josynélia Raiol (foto), que não recebe e nem fala com ninguém.
•Aliás, rigorosamente, nem precisa falar; bastaria fazer o dever de casa. Quando a presidente não faz uma coisa nem outra, complica o governo, mas isso parece que não está sendo levado em conta.
•O Tribunal Superior do Trabalho condenou a Volkswagen a pagar indenização por trabalho análogo à escravidão, que são imprescritíveis, em uma fazenda da empresa no Pará, entre 1974 e 1986.
•Desde 2019, o Ministério Público do Trabalho vinha investigando esse caso, após acessar farto material comprobatório do crime através de documentos reunidos por um padre local, que monitorou e documentou o caso por décadas.
•O Correios teve prejuízo de mais de R$ 4 bilhões só no primeiro semestre, um rombo três vezes superior ao resultado negativo do mesmo período do ano passado.
•Supermercados não podem ser obrigados a fornecer sacolinhas, segundo decisão do Supremo Tribunal Federal.
•As elevadas tarifas fazem desabar a confiança da indústria exportadora no Brasil, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
•Entre junho e agosto, o índice calculado pela confederação caiu de 50,2 pontos para 45,6, indicando sinal de falta de confiança.
•Uma faixa, domingo, no jogo do Internacional (RS) dizia: "A torcida vale milhões, o time, centavos". Tá valendo.
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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